Carmelita-Namashulua-

Ministra Namashulua e a (in)disciplina?

A STV passou no dia 29 de Junho duas reportagens onde a figura principal era a ministra da Administração Estatal e Função Pública (MAEFP), Carmelita Namashulua. Na primeira, Namashulua defendia que queria uma Administração Pública DISCIPLINADA, virada aos resultados e competente. Até aí tudo bem, mas, confesso que fiquei estupefacto com a segunda peça de reportagem.

 

Ou seja, na segunda aparição, a ministra defendia que a condenação por corrupção do Edil de Lichinga não configura um problema de governação porque a pena aplicada não o impede de continuar a exercer o seu trabalho. Disse ainda que ele (edil de Lichinga) só vai sofrer medidas administrativas. Na verdade a ministra tem razão ao dizer que o edil teve uma pena que não o impede de exercer a função, mas, ela na qualidade de responsável pela tutela dos municípios não esperava que achasse a atitude do edil de continuar no cargo como algo normal.

 

Dito de outra forma, esperava que a ministra condenasse os actos protagonizados pelo edil de Lichinga e até adverti-lo a demitir-se como sinónimo de transparência e respeito pela coisa pública.

P.S: Será que a ministra está mesmo a procura de disciplina na nossa Administração Pública?

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O caso do Edil

O Presidente do Conselho Municipal de Lichinga, Saide Amido, foi condenado a 18 meses de prisão, convertidos em multa, por corrupção e abuso de poder. O Presidente do Conselho Municipal era acusado juntamente com o seu chefe de gabinete, Adérito David, e um ex-funcionário da edilidade, Jonas Pedro.

 

Para além dos 18 meses de prisão, Saide Amido teve outros 16 de multa. Teve ainda que pagar mais de 640 mil meticais de multa e já se encontra em liberdade. Amido terá que pagar ao Estado 200 mil meticais de indemnização. Saide Amido foi conduzido às celas da Cadeia Civil de Lichinga a 4 de Maio, acusado de corrupção e abuso de poder, por ter cobrado de forma ilícita 150 mil meticais a estrangeiros para ocupação de terrenos. Os referidos terrenos destinavam-se à construção de lanchonetes. Entretanto, o valor cobrado ilicitamente foi depois devolvido aos lesados. O edil também se apoderou ilegalmente de 200 mil meticais.