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É preciso regrar o uso do uniforme

O presente texto encontra a sua razão de ser pelos escândalos que muitas vezes envolvem cidadãos uniformizados, representado sectores como são os casos da polícia, escolas, empresas do sector público e privado, entre outros. O que me inquieta é não existência de responsabilidades ligados ao uso do uniforme.

É preciso perceber que quando estamos uniformizados com qualquer ‘’farda’’, exibimos a nossa entidade laboral/académica ou país, pois, o uniforme torna-nos homogêneos e elementos héteros. Ou seja, cidadãos de classes sociais diferentes encontram-se na mesma classe da ‘’farda’’, e aqui despem-se quer de inferioridades ou superioridades, professoras assim como médicos, mesmo com profissões diferentes, escondem-se na mesma bata.

O segundo aspecto tem que ver com o nosso comportamento quando ostentamos um uniforme. Toda a atitude que em nós se manifesta não é apontada como inteiramente nossa, mas da insituição que representamos na ‘’farda’’, de maneiras que quando um polícia está embriagado, não é a ele que se aponta, mas fala-se da PRM no seu todo. Quando o estudante faz sexo ou viola sexualmente um(a) colega na sala de aulas, agride ou esfaqueia, não é a ele que se atribui tal comportamento, fala-se em primeiro lugar da sua escola e depois aponta-se para a falha de todo sistema de educação formal em Moçambique.

Como cidadão, tenho a sugerir que quando pretender ir para locais de diversão (bares e boates), vá sozinho ou acompanhado, mas não carregue a sua instituição para tal lugar. Sobretudo aos estudantes e polícias, é imperioso despir-se do uniforme para prosseguir com programas informais ou estranhos ao exercício laboral como consumir álcool em espaços públicos, por exemplo. Para mim, o uniforme é também um mecanismo de publicidade, não é por acaso que na Cidade de Maputo pululam Escolas técnicas privadas que obrigam os seus estudantes a comprarem e vestirem camisetes com o seu timbre e cor para promoverem a sua marca. Razão pela qual há necessidade de pautarmos por uma atititude responsável sempre que carregamos uma marca.

Autor: Víctor Fazenda