Debt

Geração das dívidas!

Se já estávamos no fundo do poço, as últimas notícias sobre o estado das nossas finanças vieram fortificar uma das Leis de Murphy que diz “(…) Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível”.

Numa altura em que os moçambicanos tentam digerir os negócios menos claros evidentes no processo Ematum, eis que outra “bomba” cai. Ficou-se a saber, na semana passada, que afinal, o governo anterior não fez só dívidas no âmbito da Ematum, no montante global de 850 milhões de dólares.

Há outras dívidas, também datadas de 2013. Fala-se de cerca de 787 milhões de dólares que o governo anterior pediu aos credores internacionais, supostamente para a compra (também) de navios para a marinha e radares para a proteção da costa e águas nacionais contra ações de pirataria.

A dívida, segundo se diz, foi feita em nome da estatal, ProIndicus, uma empresa quase desconhecida no país. O facto é que o actual governo dirigido por Filipe Nyusi, depois de iniciar o mandato governativo com os cofres vazios e dívidas por pagar, continua em démarches complicadas no sentido de conseguir formatos menos dolorosos para pagar as dívidas contraídas durante o reinado de Armando Guebuza.

O que mais me inquieta em tudo isso não é saber que o Ministro Maleiane consegui amainar a dívida da EMATUM junto dos credores, mas, é saber que os culpados dessa desgraça continuam impunes e a deliciar-se do atum.Me preocupa ainda o silêncio uníssono que a sociedade no seu todo mostra perante essas dívidas. Eu sei que a vida diária é corrida e esta coisa de economia não é para todos, mas o nosso silêncio de hoje terá efeitos nefastos amanhã.

Numa era onde os “Lava Jatos” e escândalos do nosso amigo Jacob Zuma ganham mais ímpeto, o que nos falta aqui na pátria amada ter o nosso “PescAtum“?
Se está difícil debater esses assuntos em praça pública, o que nos custa, no mínimo, copiar o que os brasileiros fazem com casos de corrupção como estes?
PS: O título é inspirado no peso que as actuais dívidas do país colocam para às gerações futuras.