Eu sou contra a caça de tubarões em Inhambane

Caso: Baia de Inhambane

Sobre a caça dos tubarões há muitos sentimentos que podem pairar entre nós, pois, estamos a falar de um animal que já dizimou vidas e fez vários feridos.
Porém, estamos ao mesmo tempo a falar de um animal que tem o seu habitat na água e merece lá estar sem nenhuma perturbação dos humanos da terra.
Sempre estive contra a atitude que os pescadores e as autoridades de Inhambane decidiram tomar com vista a estancar este mal, pelas seguintes razões:
1. Não será pela caça de um tubarão que se vai acabar com o problema agora instalado, pois, a caça de um pode provocar o surgimento de tantos outros que desconhecemos;

2. Corre-se o risco de caçar animais “inocentes” que nada tem a ver com o actual cenário, ou mesmo crias menores;
3. O tubarão em questão só aparece na baia quando a praia está deserta e sem muita gente ao redor, logo, é a partir daqui que devíamos tentar esboçar uma solução e nunca se fazer ao mar sozinhos e sem segurança;
4. O governo de Moçambique não pode permitir que se extermine uma espécie de forma mais vil e desumana possível, sob pena do país perder o seu atrativo turístico naquela baia;
É um caso sensível que lida com a vida humana, mas, é preciso tomar todas as precauções para não desgastar o ecossistema marinho devido a práticas contra o nosso meio, pois, caçar o tubarão não é e nunca será a solução.

Leia isto:

Ao contrário da crença popular, apenas poucos tubarões são perigosos para os seres humanos. Entre mais de 375 espécies, apenas quatro estiveram envolvidas em um número significativo de mortes, por ataques não provocados a seres humanos: o tubarão-branco, o galha-branca-oceânico, o tubarão-tigre e o tubarão-cabeça-chata.
Estes tubarões são grandes e poderosos predadores, e às vezes podem atacar e matar pessoas. Apesar de serem responsáveis pelos ataques a humanos, em todos os casos, eles foram filmados sem o uso de uma gaiola de proteção.
No ano de 2000, foi estimado que o risco de que uma pessoa fosse atacada por um tubarão é de uma em 11.500 milhões e o risco de morte é de uma em 264.1 milhões. O ataque tubarão não é algo comum, por exemplo, a cada pessoa que morre através de um ataque de tubarão 3.306 pessoas morrem afogadas e 4.757 morrem em acidentes no trânsito.
A percepção de tubarões como animais perigosos foi popularizada pela publicidade dada a alguns casos isolados de ataques de tubarão, como os ataques de tubarão em Nova Jersey no ano de 1916, e através de populares obras de ficção sobre ataques de tubarão, como a série de filmes Tubarão. Peter Benchley o autor de Tubarão bem como o director Steven Spielberg, posteriormente, tentaram dissipar a imagem de tubarões como monstros comedores de homens.
Fonte: International Shark Attack File (ISAF, 2006).