A minha reposta para a pergunta acima é NÃO porque não estou em paz no meu país. Percebo que qualquer efeméride devia ser motivo de celebração, pois, por alguma razão especial o dia 12 de Agosto foi instituído como dia Internacional da Juventude.

Em Moçambique a Juventude é a maioria numérica em termos populacionais, as mulheres em particular. Porém, muito me preocupa o rumo da Juventude moçambicana nos dias que correm, aliás, não sei se como jovens temos um rumo.

Aqui no meu país a Juventude continua a ser vista por extractos políticos, sociais e económicos. Aqui há jovens de um lado e do outro que não conseguem conviver e partilhar momentos. Há uma tentativa de criar uma desorganização organizada com vista a tornar a Juventude cada vez mais dividida para que ele não encontre um chão comum – para que algumas pessoas continuem a governar – dividir para reinar.

Como jovens não possuímos um plano de onde é que queremos chegar, não temos visão, muito menos agenda. As humilhações da falta de emprego condigno e de habitação levam muitos jovens a optar pela delinquência orquestrada por alguns para distrair cada vez mais a Juventude.

Os chavões de empreendedorismo que dominaram os últimos 10 anos da nossa governação foram uma autêntica falácia, algo que foi usado por aquele que devia prover serviços e emprego para fugir da sua responsabilidade – não há clareza sobre o que é ser empreendedor aqui.

A juventude moçambicana precisa se reencontrar, deixar de viver dividida e instrumentalizada pelos políticos. Deixemos de pensar que seremos bem-sucedidos por defender o indefensável ou por ser cervicais da política e de políticos.

Deixemos de dizer que a Juventude é o futuro, ela é o presente. Precisamos erguer a voz e ser o poder que queremos, somos a maioria que deve deixar de ser apenas nas estatísticas.